Qui, 19 de maio de 2022, 13:23

Ex-reitor Josué Subrinho aposenta-se da UFS
Docente continuará no dia-a-dia da instituição como membro do Conselho Diretor

O ex-reitor da Universidade Federal de Sergipe, Josué Modesto dos Passos Subrinho, visitou o gabinete da reitoria na manhã desta quarta-feira, 18, para assinar simbolicamente sua aposentadoria como docente da instituição. À frente da universidade por dois mandatos, entre 2004 e 2012, Josué foi recebido pelos atuais reitor e vice-reitor, Valter Santana e Rosalvo Ferreira, pelo também ex-reitor Angelo Antoniolli e por alguns amigos e ex-colegas.

Observando tratar-se de uma cerimônia informal, já que os documentos são assinados eletronicamente, Valter considerou o momento como importante para a instituição. “Não uma comemoração pela saída, mas o reconhecimento por todo um trabalho executado. Josué tem uma história, uma vida na UFS: aluno, servidor, professor, reitor”, disse.

A história de Josué na UFS começou como auxiliar administrativo concursado e estudante da graduação em Economia. Depois de fazer mestrado e doutorado na Universidade de Campinas (SP), ingressou como professor de Economia na UFS, onde também viria a ser vice-reitor entre 1996 e 2004.


Reunião ocorreu como encontro informal, já que documentos são assinados eletronicamente. (Fotos: Pedro Ramos - Ascom UFS)
Reunião ocorreu como encontro informal, já que documentos são assinados eletronicamente. (Fotos: Pedro Ramos - Ascom UFS)

“A UFS é minha alma mater: meu filho estudou aqui, minha mulher estudou aqui, minha filha estudou aqui (não na graduação, mas no Colégio de Aplicação). Quero acompanhar, ver as vitórias que tem nos orgulhado muito”, confessou Josué.

O orgulho manifestado pelo ex-reitor contrasta com o desafio com o qual se deparou quando entrou na universidade. “Algo que parecia impossível quando chegamos aqui: [a UFS] ser uma universidade que pesquisa. Hoje, a UFS conseguiu ser efetivamente um farol para o desenvolvimento do estado, para o país”, resume.

Percurso

O período em que Josué comandou a UFS foi o de maior crescimento da instituição. Sintonizado com a política de ampliação das universidades federais do governo federal à época, o então reitor liderou a interiorização da instituição sergipana, além da construção de novos prédios no campus-sede, em São Cristóvão.

Depois de encerrado o segundo mandato, exerceu o cargo de reitor pro tempore, entre 2013 a 2017, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, com sede em Foz do Iguaçu (PR).


Encontro reuniu reitores de ‘três gerações’: Angelo Antoniolli (2012-2020), Valter Santana (atual) e Josué Subrinho (2004-2012).
Encontro reuniu reitores de ‘três gerações’: Angelo Antoniolli (2012-2020), Valter Santana (atual) e Josué Subrinho (2004-2012).

“A UFS é uma universidade fruto de um projeto desenvolvimentista de sua época, da ideia de industrialização do país, ligada à comunidade local, para promover o desenvolvimento local. A Unila é uma universidade para a integração, internacionalização, oficialmente bilíngue, na fronteira, uma experiência completamente nova e interessante”, disse Josué, ao comentar no encontro desta quarta-feira sobre os encantos dos novos desafios e as mudanças de ciclos.

“Agora eu estou encantado pela educação básica”, enfatizou o docente. Após cumprir sua gestão na Unila, e de uma breve passagem como secretário da Fazenda de Sergipe (2017-2018), Josué Subrinho assumiu a Secretaria de Educação do estado, em 2018, cargo que continua ocupando.

Josué lembra dos debates acadêmicos sobre os “problemas da base”, ou seja, a fragilidade da educação básica, que desemboca no ensino superior. “Agora estou sentindo de perto qual é o problema. Tem que tentar fazer educação pública de qualidade, com equidade. É difícilimo!”, admite, enfatizando que sua motivação permanece. Sua relação com a UFS continuará através do Conselho Diretor, do qual agora é membro.


Apesar de tratar-se de uma reunião informal, diversos colegas, ex-colegas e amigos de Josué estiveram presentes no gabinete da reitoria.
Apesar de tratar-se de uma reunião informal, diversos colegas, ex-colegas e amigos de Josué estiveram presentes no gabinete da reitoria.

Homenagens

Apesar de tratar-se de uma reunião informal, sem qualquer divulgação, diversos colegas, ex-colegas e amigos de Josué estiveram presentes no gabinete da reitoria. Valter Santana, atual reitor, e que ingressou na UFS como professor em 2009, durante o mandato de Josué, elogiou o colega.

“Se a universidade tem hoje uma posição de destaque no cenário, não só local, mas nacional e internacional, é pela construção que foi feita. Estamos aqui aproveitando um legado, o que aumenta a nossa responsabilidade em mantê-lo e aperfeiçoá-lo, para que a universidade continue com sua trajetória de sucesso, formando bem, mas principalmente transformando realidades”, disse.

Quem também esteve presente foi Angelo Antoniolli, vice-reitor de Josué em seus dois mandatos e ainda reitor em outros dois (2012-2020).

“Viver a universidade pública é quase uma ideologia, é um encanto para quem tem a oportunidade. Nós tivemos essa oportunidade e fizemos aquilo que era possível com muita dedicação e muito entusiasmo. E quando chega este momento, é um ciclo da vida”, descreveu Angelo. “É preciso buscar novas formas de se encantar. Quando você fecha um ciclo, é admirável olhar a história desse ciclo”, refletiu.


1g6a5759

Colega de Departamento (Economia), o vice-reitor Rosalvo Ferreira observou a sintonia entre a “capacidade de gestão” de Josué e o momento de sua liderança frente à UFS.

“Foi uma fase bem específica do país, em que se via a possibilidade de a educação vir a ser o vetor do desenvolvimento econômico. O professor Josué tinha clareza desse projeto e da equipe que montou para executar esse projeto”, descreveu Rosalvo. “É indiscutível, professor Josué, o quanto a universidade reconhece o seu trabalho”, manifestou.

Ascom
comunica@ufs.br


Notícias UFS