Visando chamar a atenção de toda a comunidade acadêmica para os benefícios da acessibilidade no ensino superior, o reitor da Universidade Federal de Sergipe, professor Angelo Roberto Antoniolii, reuniu-se na manhã da última terça-feira, 13, com pró-reitores, servidores e estudantes com deficiência que tiverem graduação concluída nos semestres letivos 216/1 e 2016/2.
Para o reitor da UFS, além de exemplos de superação, esses estudantes mostram que as oportunidades de acessibilidade no ensino superior são fundamentais para a inserção social e para a conquista dos objetivos profissionais.
“Sabemos que as políticas de inclusão social ainda são muito superficiais diante das reais necessidades das pessoas com deficiência, mas precisamos reconhecer esses primeiros passos, que são gratificantes e já demonstram resultados positivos. Ver esses estudantes se dedicarem à vida acadêmica, apesar das suas limitações, mostra que a universidade também tem cumprido o seu papel nesse cenário e há de cumprir cada vez mais”, salientou Angelo Antoniolli.
Na ocasião, ele também ressaltou a importância da criação da Divisão de Ações Inclusivas da UFS (Dain), que tem por objetivo acompanhar e orientar os estudantes com deficiência da instituição.
De acordo com a coordenadora do Dain, Susana de Oliveira Santana, a inclusão deve trabalhada diariamente a fim de possibilitar a inserção dos estudantes no meio acadêmico, melhorar a qualidade de vida, e consequentemente, a autoestima desses estudantes.
“A Dain foi criada em 2014 e vem acompanhando todos os estudants com deficiência cadastrados no nosso sistema. É uma ação constante e de muito aprendizado, tanto para nós quando para eles, pois percebemos que nosso trabalho proporciona resultados grandiosos. Ver o sucesso desses alunos é recompensador”, explica Susana.
Oportunidade é a base de tudo
Para Jonathan Vitor Silva, deficiente auditivo e graduado no curso de Teatro da UFS, ter a oportunidade do acompanhamento da Dain foi fundamental para o desenvolvimento de suas atividades acadêmicas, do começo ao fim.
“Quando criança, eu tive muitas dificuldades no universo educacional. Tantos os professores como os meus colegas de turma não me entendiam e não demonstravam interesse ou conhecimento para isso. Para se ter uma idéia, tínhamos um único intérprete de Libras para toda a escola. Foi – e é – sempre difícil. Com a possibilidade da cota para a pessoa com deficiência e o apoio da UFS, vi esse cenário mudar. Durante todo o curso de Teatro, vi nos meus colegas o que não vi a vida inteira: a possibilidade de me sentir capaz como qualquer outra pessoa. E foi exatamente isso que me fez chegar até aqui”, relata Jonathan.
Graduada em Biblioteconomia e Documentação e também com deficiência auditiva, Rebeca Fontes também salienta a importância do acompanhamento e da empatia nos trajetos educacionais da pessoa com deficiência.
“Não importa o grau de limitação. Tudo é mais difícil para quem tem algum tipo de deficiência e pra mim não foi diferente. Sofri bastante quando, na infância, as pessoas me tratavam de forma diferente e eu pensei várias vezes em desanimar. Mas também percebi que, com esforço, poderia fazer o que realmente gosto. O apoio da minha família , dos meus amigos, dos professores e de toda equipe Dain também foi valioso nesse resultado”, falou Rebeca.
Além de Jonathan e Rebeca, outros estudantes com deficiência também se ormaram nos semestres letivos 2016/1 e 2016/2. São eles: Robyson de Santana Guiice (Direito) e Simone de Almeida (Terapia Ocupacional – campus Lagarto).
Dain
A Divisão de Ações Inclusivas (Dain) foi criada em 2014 com a proposta de auxiliar e oferecer serviços que garantam a permanência do aluno com deficiência na universidade.
Para que o aluno tenha apoio da Dain é preciso passar por uma entrevista que identificará qual é a sua necessidade especifica.
Ascom
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