A Coordenação de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (Cori) recepcionou nesta quarta-feira, 18, a representante da Continental Corporation, empresa sediada em Hangzhou, na China, com escritórios em Hong Kong e no Brasil. Para a coordenadora da Cori, Érica Winand, um dos resultados desse encontro foi a possibilidade da realização de estágios internacionais.

“Já saímos com o encaminhamento imediato para a realização de um estágio internacional na China, a princípio para os estudantes de Relações Internacionais, podendo ser ampliado para outros cursos. A Cori nesta gestão tem priorizado o eixo Sul de Relações Internacionais, que nós consideramos ser um eixo muito promissor. Hoje em dia os países que se convencionaram chamar de BRICS tem uma diferença no sentido de atribuir maior simetria nas relações com o Brasil. Quando esses países se uniram já foi no sentido de diminuir arestas: arestas de tecnologia, arestas de condições de competitividade no mercado internacional, de condições de competitividade no mercado do conhecimento global”, declarou a coordenadora.

Ela destacou que enxerga a possibilidade de inserir a UFS em um contexto de maior simetria de relações. “Isso seria no sentido da universidade ser vista como protagonista na produção de ciência, de tecnologia, na inserção dos seus recursos humanos. Então nós temos procurado relações com a China já há algum tempo, prospectado essas relações. Vale lembrar que isso chegou de uma maneira que nos deu muito orgulho, que foi a partir dos nossos estudantes de Relações Internacionais, que foram bolsistas na Cori, e que foram selecionados para trabalhar nessa empresa Continental, que presta consultoria e faz parte de um grande grupo de universidades chinesas”, detalhou Érica.

A coordenadora adiantou também que a Cori vem conseguindo se conectar com essas universidades com expectativas ainda de poder trocar cursos. “No primeiro momento cursos relacionados a intercâmbios culturais, a gente acredita na quebra de barreiras culturais, na quebra das resistências em relação ao que vem da China para o Brasil, ou que vai do Brasil para a China, e que com isso as duas culturas se aproximem mais, no sentido de possibilitar um maior intercâmbio, político, cultural, comercial, possibilitando estender esse benefício para o setor produtivo de Sergipe”, complementou.

Extensão

Para ela, existe também um viés extensionista. “Não é só um viés educacional, mas também entra a inovação tecnológica e social nesse diálogo que começamos. Foi uma reunião bastante produtiva, estamos confiantes nos resultados”, concluiu Érica Winand.

A CEO da Continental Corporation, Daniela Sena, também se mostrou otimista com o encontro. Ela, que é sergipana e reside há 12 anos na China, espera que a possibilidade de parcerias com a Universidade Federal de Sergipe seja ampliada. “A conversa de hoje teve ótimos resultados, estamos muito confiantes para que possam haver maiores parcerias com a universidade, capacitando melhor para o mercado de trabalho os estudantes que saem daqui, tendo maiores parcerias com outras entidades aqui do estado, promovendo o desenvolvimento e a internacionalização de Sergipe. A gente já vinha fazendo reuniões virtuais, já havia esse contato com a professora Érica, ela vem realmente fortalecendo bastante essa ponte entre Brasil e China, especialmente no estado de Sergipe. Hoje a nossa empresa já tem três funcionários que vieram aqui da universidade, uma delas está lá na China. Então a gente realmente acredita no potencial, principalmente dos estudantes de Relações Internacionais, por terem essa capacidade de falar línguas diferentes, de um aprimoramento, um conhecimento maior cultural. Então isso acaba facilitando essa parceria”, detalhou a CEO.

Daniela espera prosperar, capacitar e fortalecer essas relações entre a UFS e a Continental. “Estamos falando de uma empresa de consultoria focada em comércio exterior. Hoje a gente faz a parte de treinamento, capacitação, dá toda assessoria para empresas do Brasil que queiram levar seu produto para fora e para empresas brasileiras que desenvolvem seus produtos na China, então a gente faz a parte de desenvolvimento de produtos, prospecção de fornecedores, controle de qualidade e queremos expandir esses negócios aqui no estado de Sergipe e no Nordeste”, disse Daniela Sena.

Também estiveram na reunião a professora Lília Barretto, que está à frente ao Condomínio de Laboratórios Multiusuários da UFS, os dois ex-bolsistas de Relações Internacionais, Vinícius Teles e Larissa Albuquerque, que trabalharam na prospecção dessa parceria, e o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS, Lucindo Quintans.

Para Lucindo, esse encontro amplia a abertura de espaços de prática de desenvolvimento de competências na área de relação internacional. “Recebemos uma empresa que faz a parte de relação entre China e Brasil na questão do comércio bilateral. É importante porque não envolve somente a questão de formação de recursos humanos pra UFS, a questão da abertura de espaços de prática de desenvolvimento de competências nessa área de relação internacional e também do comércio exterior, que é uma área de muito interesse para Sergipe, um estado que vem amadurecendo na questão do comércio exterior, além de permitir que a Universidade Federal de Sergipe amplie sua participação, por exemplo, na relação com universidades chinesas, com empresas na China e, assim, que a gente possa ter uma uma visão internacional para a nossa produção científica e formação de recursos humanos”, resumiu Lucindo.

Ascom